sábado, 23 de junho de 2012

Qualidade no Lixo

Historicamente a proclamaçcão da qualidade se fez quando a Qualidade dos produtos diminuía. Isto porque precisava vender muito a novidade, o lançamento, aquilo não era tão bom.  Geladeiras  substituídas por mais modernas, mais bonitas...mais baratas; televisores com tubo de imagem foram para Plasma..para LED...para New Plasma em uma década, ficando mais barato; e os celulares, quantos sâo lançados a cada mês, tecnologicamente superiores e mais baratos.
Anualmente vemos colecionadores de automóveis desfilando com seus “calhambeques” com 20 anos de uso, que ligam ao primeiro toque e saem pela cidade, enquanto aquele carro popular com 5 anos de uso é considerado uma lata velha invendável. Numa casa que possua uma geladeira comprada a 3 anos e outra de 15 anos, pergunte quais delas deram mais problemas.
Hoje especialistas dizem que exprimir a Qualidade numa declaração de meta está obsoleto pois toda empresa para se manter no mercado possuí qualidade ou estará fora do jogo. Pela ótica do Consumo Ecológico , o que está fora do jogo é a Qualidade, aquela com Q Maiúsculo, a mesma que auxiliou o Japão pós guerra se tornar uma nação respeitada. 
Consultores, Gurus de Negócio aprenderam que a “Qualidade é adequação ao uso”. O Empresário astuto entendeu isto e traduziu para o popular, “fabricar produtos cuja qualidade atenda a expectativa do mercado”. E como o mercado quer preço, o Empresário atendeu a expectativa e fez produtos mais baratos com qualidade, mas sem Qualidade. Como o mercado era grande, e continua a crescer, o Empresário massificou a fabricação de produtos,  o mercado aceitou e a Qualidade tornou-se algo raro, caro e hipervalorizado.
Se produzo muito sem Qualidade, os produtos passam a ter um tempo de vida ou tempo de consumo menor, portanto vão se tornar lixo mais rápido. Daí produzo mais para vender ao mercado que já esta acostumado com essa qualidade e compram mais.
Obviamente, não estamos dizendo que seria melhor estar dirigindo um Ford T (1908) que qualquer Gol, Ka ou Uno, mas não é preciso ter pós-doutorado para saber que com a tecnologia disponível hoje podemos ter carros ou qualquer outro produto muito mais duráveis que os daquela época.
Ipsis litteris a Qualidade está no lixo. Como um produto final é o conjunto de outras partes ou produtos que o compõe, estas podem ter um tempo de vida maior que o próprio produto final, que ao ser descartado, torna o lixo cada vez mais rico alimentado por produtos finais mais pobres.  

www.consumoecologico.com.br/

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